Aves observadas entre Figueira da Foz e Coimbra

Aves do Estuário do Mondego

Aqui são apresentados alguns registos de paisagens e de aves observadas entre a Ilha da Murraceira na Figueira da Foz, os campos de arroz e de milho no baixo mondego em Montemor-o-Velho e a cidade Coimbra, ao longo do rio Mondego, até ao choupal.


Independentemente da época do ano, as aves enchem o Choupal em Coimbra, com os seus cantos. A mata alberga mais de 70 espécies de aves. Devido à proximidade ao rio e aos Campos do Mondego, onde abundam as presas, e à excelente oferta de locais para nidificação, é vulgar observar águias-d´asa-redonda (Buteo buteo) e um número elevado de milhafres-preto (Milvus migrans), hoje um dos ícones da Mata Nacional do Choupal, onde mantém uma importante colónia de nidificação.



Milhafre-preto (Milvus migrans)

Todos os anos esta elegante ave de rapina, invade, a partir de Março, os céus de Coimbra e do Baixo-Mondego. É a ave mais emblemática do Choupal. Esta mata alberga a maior colónia urbana de milhafre-preto de que se tem conhecimento na Europa, mais de 70 ninhos. Aqui constroem anualmente os seus ninhos e efectuam os rituais de acasalamento que contemplam verdadeiras acrobacias aéreas e sonoros cantos, que, por vezes, mais se parecem com relinchos. Em Setembro, voltam a fazer um dos mais fascinantes fenómenos de natureza, a migração, regressando a África onde passam o Inverno.


Milhafre-preto (Milvus migrans)


Águia-sapeira (Circus aeruginosus)


Garça-cinzenta (Ardea cinerea)




Garça-cinzenta (Ardea cinerea)


Rola-do-mar (Arenaria interpres)


Ilha da Murraceira


Passados mais de duzentos anos sobre o início da sua plantação, o Choupal encerra hoje o esplendor de um arboretum secular, apresentando uma vegetação muito variada, frondosa e cerrada, constituída, essencialmente, por um povoamento misto de folhosas, com predominância de caducifólias.


Gaivotas


Chilreta (Sterna albifrons)


Garça (Ardeidae)


Garça-cinzenta (Ardea cinerea)




Gaivota


Milhafre-preto (Milvus migrans)


Ilha da Murraceira

No seu troço final, o rio Mondego recupera o seu leito natural abrindo-se em dois grandes braços que envolvem a Ilha da Murraceira, voltando-se a juntar pouco antes da foz num estuário entre o cabedelo e o Forte da Figueira, hoje prolongado pelos paredões artificiais do porto. As salinas da Figueira da Foz ocupam três áreas distintas do estuário do Mondego: Vila Verde na margem norte, Lavos na margem sul e, no coração do estuário, a emblemática Ilha da Murraceira. A história desta última, a Ínsua de Oveiroa como era designada no Portugal medievo, é algo atribulada. Doada por D. Afonso Henriques ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, foi mais tarde tomada de emprazamento pela poderosa Casa de Tavarede que nela efectuou grandes trabalhos de defesa das terras contra as cheias, através da construção de muros e valas de drenagem. Até ao início do século XVII foi sobretudo utilizada como pastagem aproveitando-se também o abundante junco nela existente. Durante muito tempo, sucederam-se grandes disputas entre a Casa do Duque de Aveiro e a Universidade de Coimbra, na altura senhoria de grande parte dos terrenos, relativamente aos direitos de arrendamento. Mais tarde, foram concedidos aforamentos para a construção de salinas, dando assim corpo à vocação salineira da Murraceira. Com o advento do Liberalismo, este parcelamento permitiu a existência de inúmeros proprietários transformando o latifúndio da ínsua do Antigo Regime num minifúndio salineiro de proprietários--trabalhadores. Seja qual for o percurso escolhido, há sempre oportunidade de abarcar toda a ilha e observar a sua avifauna. No Inverno ocorrem numerosas espécies de limícolas: borrelhos, fuselos, maçaricos-de-bico-direito, alfaiates e pilritos. Na Primavera e Verão há menor diversidade, mas os comportamentos de algumas espécies nidificantes e as suas estratégias de defesa de territórios e crias " gritos e correrias dos pernas-longas, borrelhos e pernas-vermelhas " não nos deixam indiferentes.


Pato-real (Anas platyrhynchos)




Andorinha




Corvo-comum (Corvus corax)


Pato-real (Anas platyrhynchos)


Cegonha-branca (Ciconia ciconia)

Fotos: Nelson Afonso 2007

4 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Nelson Afonso parabéns pelo excelente trabalho que tens desenvolvido. As fotografias são do melhor que tenho visto. Continua assim porque o teu trabalho é muito apreciado, mesmo que muitos dos apreciadores não o expressem. Um forte abraço da Cidade de Angra do Heroísmo, cidade património mundial da humanidade.
Emanuel Azevedo
www.reflexosonline.com/emanuel

Anónimo disse...

vivo nesta zona e penso que este tipo de divulgação é trabalho comunitário do melhor.
saudações e estimulo para a continuação da iiniciativa

Unknown disse...

Nelson
Parabéns pelo teu trabalho em defesa desta bonita ilha e zonas encolventes.
Andei por lá ainda no passado Domingo, dia 5/10/08 e o que vi não gostei.
Tenho uma paixão enorme pelos Flamingos e muito especialmente pelos da Figueira, pois foi aí que os vi pela 1ª vez em liberdade, no passado dia 23/12/07.
E os caçadores atiram sem o mínimo respeito pelas aves sejam protegidas ou não. Fotografei lá uma ave que me parece um ganso selvagem preto com uma asa partida que deveria ter sido por algum tiro.
Um abraço e continua
João

Anónimo disse...

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