Farol do Cabo Mondego


Local: Cabo Mondego
Altura: 15 m Altitude: 97 m
Luz: Fl W 5s Alcance: 28 M
Óptica: 3ª ordem 500 mm
Ano: 1858


Fotos: Nelson Afonso
Próximo da cidade da Figueira da Foz encontra-se o Parque Florestal da Serra da Boa Viagem. Com uma extensa área florestal, constitui não só um enorme valor paisagístico e ambiental mas, igualmente, uma área de lazer que contribui para a qualidade de vida dos seus utentes. É no interior deste parque florestal que se localiza o farol do Cabo Mondego. A construção do farol foi ordenada por Portaria de 8 de Agosto de 1835 do Tribunal do Tesouro Público, sendo a obra confiada ao engenheiro Gaudêncio Fontana, que desde esse ano até 1847 dirigiu o serviço dos Faróis. A obra só seria dada por concluída em 1858, sendo já director dos Faróis Ipácio Vielle. Quem dirigiu os trabalhos foi o capitão-de-fragata Francisco Maria Pereira da Silva, que mais tarde viria a ser inspector dos Faróis do Reino. A construção propriamente dita do farol iniciou-se em 1855, ficando as obras concluídas como se disse em Abril de 1858, data em que o farol entrou em funcionamento. A torre ficou com 17,72 metros de altura, tendo sido instalado um aparelho óptico lenticular de Fresnel de 2ª ordem (foi o terceiro a ser instalado no nosso país depois de Santa Maria e Forte do Outão). O aparelho iluminante era um candeeiro mecânico de bombas alimentícias pelo sistema de Carcel, funcionando a azeite. A Comissão nomeada em 1902 para rever o Plano Geral de Alumiamento e Balizagem dos Portos e Costas Marítimas do Reino e Ilhas Adjacentes referia que o farol do Cabo Mondego deveria ser modificado de forma conveniente - a luz que então era branca e fixa, deveria passar a mostrar grupos de dois clarões brancos e o aparelho inicialmente instalado fosse substituído por outro de 3ª ordem, pequeno modelo.Em 1916, foi elaborada uma proposta formal de alteração do local de implantação do farol, vindo a ser despachada favoravelmente pelo Ministro da Marinha. Não sendo possível averiguar por forma irrefutável os motivos que levaram a esta decisão, crê-se que interesses relacionados com a Empresa Exploradora das Minas e também por má visibilidade deste farol, levou à construção de outro mais a norte. Por esta razão, do farol originalmente edificado, restam apenas algumas ruínas.O actual farol do Cabo Mondego começou então a ser construído em 1917, ficando a obra concluída em 1922.A óptica que lhe foi instalada estivera até então no farol do Penedo da Saudade.« A partir do dia 20 de Novembro do corrente ano começará a funcionar o novo farol do Cabo Mondego entrando, nessa data, no período preliminar de experiências. O edifício consta duma torre quadrangular de alvenaria, com anexos, de um só pavimento para habitação dos faroleiros e depósito de material.A tôrre mede 9 metros de altura, desde o terreno até à aresta superior da cornija. Sôbre ela se elevam a murette de cimento armado e a lanterna pintada de vermelho, ficando o plano focal da luz 12 metros acima do solo. O aparelho lenticular é de 3ª Ordem, grande modelo (50 centímetros de distância focal), dando relâmpagos brancos equidistantes, de 7,5 em 7,5 segundos, e é constituído por quatro lentes de 90º cada uma, efectuando uma rotação completa em 30 segundos. O alcance luminoso, em transparência média atmosférica, é de 29 milhas. É visível em todo o horizonte marítimo até à marcação pelo Norte, para leste da qual se torna visível (...) Aviso aos Navegantes de 17 de Outubro de 1922.Este novo farol fica situado a 3 milhas a NNW da barra da Figueira da Foz.O terreno pertencente ao antigo farol, foi cedido em 1924 à Empresa Industrial e Mineira, a troco desta fazer a demolição da torre e edifício, e pela cedência de uma faixa de terreno onde se ergue hoje o actual farol. Em 1928 o aparelho iluminante passou a utilizar a incandescência pelo vapor de petróleo. Foi instalado um sinal sonoro em 1941, constituído por uma trompa de ar comprimido que seria substituído em 1953 por um diafone da casa Barbier. O farol foi também electrificado em 1941 com a montagem de geradores. A incandescência pelo vapor de petróleo ficou como reserva e a fonte luminosa principal passou a ser uma lâmpada de incandescência eléctrica de 3000W. Poucos anos mais tarde em 1947, foi ligado à rede eléctrica de distribuição pública.Em 1950 foi instalado um radiofarol que viria a ser desactivado em 2001 por deixar de ter interesse para a navegação. O aparelho óptico, cuja rotação era até 1982 assegurada pela primitiva máquina de relojoaria, passou então a ser movimentado por um motor eléctrico. Neste mesmo ano foi remodelada toda a instalação eléctrica. A potência da fonte luminosa foi reduzida com a instalação de uma lâmpada de 1000W. O farol foi automatizado em 1988 com a instalação de um novo sinal sonoro e mecanismos redundantes para a rotação e substituição de lâmpadas. A instalação dos repetidores dos alarmes do equipamento do farol só viriam a ser instalados em 1995.

Sem comentários: